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10 exemplos de rebranding de marcas famosas (e as lições por trás de cada um)

Descubra 10 exemplos de rebranding de marcas famosas – Twitter, Airbnb, Pepsi, Burberry, Slack, Mastercard, Dunkin, Casas Bahia, Nubank e Itaú – e as lições estratégicas por trás de cada mudança.

Sumário

Rebranding não é apenas mudar o logotipo – é um processo complexo de reposicionamento estratégico. Aprender com casos reais de marcas famosas ajuda a evitar erros caros e entender quando essa iniciativa faz sentido. Neste artigo vamos examinar 10 exemplos de rebranding – três nacionais e sete globais – destacando o antes e depois de cada marca e as lições por trás de cada mudança. No primeiro terço do texto, sugerimos a leitura do nosso guia de rebranding completo para entender a teoria por trás dessas decisões.

→ Leia também: O que é Branding

Critérios para escolher os 10 exemplos de rebranding

Selecionamos marcas que enfrentaram desafios diferentes – mudança de posicionamento, digitalização, expansão de público ou recuperação de reputação. Priorizamos exemplos recentes (última década) e incluímos três marcas brasileiras para mostrar contextos locais. Também buscamos diversidade de setores (tecnologia, finanças, varejo e moda) e fontes confiáveis que descrevem a transformação.

Twitter → X (2023)

Antes: Twitter era uma das redes sociais mais reconhecidas do mundo; a marca‑pássaro azul acumulava valor de marca em mais de 15 anos.
Depois: Após a aquisição por Elon Musk, a empresa foi rebatizada como X e abandonou o ícone do pássaro. Segundo reportagem da Time, analistas estimam que a troca de nome eliminou entre US$ 4 bilhões e US$ 20 bilhões em valor de marcatime.com. O artigo lembra que o pássaro azul levou mais de 15 anos para construir seu patrimônio intangível e que descartar esse ativo pode gerar enorme preju
Insight: Rebranding radical pode destruir valor se desconsiderar a equidade construída. Avalie o patrimônio da marca antes de substituí‑la e considere soluções evolutivas em vez de rupturas abruptas.

Airbnb (2014)

Antes: O Airbnb era conhecido como plataforma de hospedagem com logo azul e fonte genérica.
Depois: Em 2014, a marca apresentou o símbolo Bélo – um coração invertido que lembra um clipe e a letra “A”. O novo ícone representa pessoas, lugar, amor e a inicial da marcathebrandingjournal.com. Brian Chesky, CEO do Airbnb, afirmou que o Bélo foi criado para simbolizar pertencimento e ser usado em qualquer lugarthebrandingjournal.com. O rebranding trouxe nova paleta de cores (vermelho claro e cores secundárias)thebrandingjournal.com, tipografia customizada e redesign dos aplicativos, com fotos imersivas e informações mais clarasthebrandingjournal.com.
Insight: Construir uma narrativa de comunidade e co‑criação fortalece a identidade. Permitir que usuários personalizem o símbolo transformou o logotipo em um emblema compartilhado.

Pepsi (2008)

Antes: O globo tradicional da Pepsi tinha ondas simétricas e tipografia em caixa alta.
Depois: Em 2008 a marca simplificou tudo. O Arnell Group criou um globo com ondas assimétricas e fonte “Pepsi Light”, mudança que custou mais de US$ 1 milhãotailorbrands.com. A nova identidade adotou design plano, tipografia mais leve e o globo perdeu contornos, tornando‑se minimalistatailorbrands.com. Apesar de críticas que chamavam a mudança de “preguiçosa” ou “sem alma”tailorbrands.com, a empresa manteve a decisão.
Insight: Simplificação visual pode preparar a marca para ambientes digitais, mas é preciso justificar o investimento com melhoria na clareza e na experiência do usuário. Ouça feedbacks, mas mantenha consistência se a estratégia estiver alinhada ao propósito.

Burberry (2018)

Antes: A marca britânica usava desde 1901 uma identidade clássica com cavaleiro sobre cavalo e serifas elegantes.
Depois: Em 2018, sob a direção criativa de Riccardo Tisci, Burberry apresentou novo logotipo e monograma desenvolvidos por Peter Saville. O cavaleiro foi eliminado e o logo passou a utilizar wordmark em maiúsculas sem serifas, acompanhado de um monograma “TB” inspirado no fundador Thomas Burberrybrandingmag.com. O artigo da Brandingmag observa que essa mudança removeu símbolos históricos e optou por uma estética contemporâneabrandingmag.com, gerando debate sobre a perda de distinção tradicional.
Insight: Marcas centenárias precisam equilibrar tradição e modernidade. Ao evoluir, garanta que elementos patrimoniais importantes sejam reinterpretados em vez de descartados totalmente.

Slack (2019)

Antes: O aplicativo de comunicação usava um logotipo baseado no símbolo “#” inclinado com onze cores sobre fundo transparente.
Depois: Em 2019, a empresa lançou um logotipo projetado pela Pentagram. O novo ícone substituiu o hashtag inclinado por um arranjo simétrico de retângulos arredondados e pinos, reduzindo a paleta para quatro cores (azul claro, magenta, verde e amarelo)techcrunch.com. A Slack descreveu a mudança como uma evolução mais refinada que mantém o espírito original, mas que escala melhor em diferentes contextos digitaistechcrunch.com.
Insight: Uma atualização sutil pode resolver problemas de aplicação do logotipo em diferentes plataformas. Simplificar cores e formas facilita a reprodução e reforça a clareza visual sem perder identidade.

Mastercard (2019)

Antes: A marca combinava as esferas vermelha e amarela com o nome “Mastercard”.
Depois: Após um rebranding em 2016 que separou o símbolo do wordmark, a Mastercard decidiu em 2019 eliminar o nome em alguns contextos. O artigo da Monotype explica que a digitalização exige identidades simplificadas; o design da Pentagram permitiu usar apenas as esferas em ambientes como aplicativos, caixas eletrônicos ou cartõesmonotype.com. Michael Bierut, sócio da Pentagram, diz que a decisão foi possível porque a marca conquistou reconhecimento de 80 % apenas com o símbolomonotype.com.
Insight: Remover o nome é privilégio de marcas com forte reconhecimento simbólico. Avalie se o público associa automaticamente o logotipo à empresa antes de apostar em um símbolo autônomo.

Dunkin’ Donuts → Dunkin (2019)

Antes: A rede norte‑americana era conhecida por vender donuts, com logotipo laranja e rosa e a palavra “Donuts” no nome.
Depois: Em 2019, a empresa oficializou a abreviação Dunkin para refletir seu foco em café e bebidas. A reportagem do Vox explica que a mudança exigiu substituir todos os materiais que continham “Dunkin’ Donuts”, de copos a uniformes, gerando custos significativosvox.com. A decisão buscava afastar a associação apenas a donuts e expandir a marca para novas categoriasvox.com. Especialistas entrevistados ressaltam que rebranding de varejo envolve custo alto e riscos de confusão durante a transiçãovox.com.
Insight: Abreviar o nome pode ampliar o escopo de produtos, mas exige planejamento logístico. Calcule custos de substituição de materiais e prepare estratégia de comunicação para evitar confusão.

Casas Bahia (2020)

Antes: Tradicional varejista brasileira com identidade focada em promoções e imagem popular.
Depois: Em 2020, a Via Varejo anunciou o reposicionamento da Casas Bahia. O mote “Nossa casa é o Brasil. Nossa causa é o brasileiro” reforça a brasilidade da marca e a abertura das lojas para todosexame.com. A mudança incluiu nova identidade visual e buscou afastar o estigma de comunicação agressiva; foi conduzida por equipes internas e pela agência Y&Rexame.com. A companhia investiu na digitalização – como o serviço “Me Chama no Zap”, que digitalizou vendedores – para modernizar a experiência e humanizar a compra onlineexame.com.
Insight: Rebranding pode reposicionar uma marca popular para alinhar tradição e inovação. Valorize elementos culturais (brasilidade) e integre canais digitais para oferecer experiência coerente.

Nubank (2021)

Antes: A fintech brasileira usava logo linear com cor roxa clara, refletindo seu perfil jovem.
Depois: Em 2021, o Nubank revelou nova identidade visual. Segundo o portal TecMundo, a empresa informou que lançava “uma marca que reflete o nosso novo momento”, destacando a necessidade de se manter atual e relevantetecmundo.com.br. O novo logo adotou um tom de roxo mais intenso e formas suaves; as curvas do “nu” ficaram mais fluidas e arredondadas, dando aparência humanizadatecmundo.com.br. As letras passaram a ser preenchidas, com maior peso, representando amadurecimento e proximidade com os clientestecmundo.com.br. A mudança será refletida em todos os canais digitais.
Insight: Ajustar cor, forma e peso tipográfico pode transmitir crescimento e maturidade. Sempre conecte a nova identidade à fase estratégica da empresa.

exemplos de rebranding itau

Itaú (2023)

Antes: O banco utilizava desde os anos 1980 um logo azul com o nome “Itaú” em caixa alta dentro de um quadrado, além do slogan “Feito com você”.
Depois: Em 2023, às vésperas do centenário, o Itaú Unibanco anunciou sua maior mudança de marca em mais de 40 anos. O CEO Milton Maluhy afirmou que a iniciativa marca o início dos próximos 200 ou 300 anos do banconeofeed.com.br. O conceito “Feito de Futuro” substituiu o antigo slogan e foi lançado em dezembro, com campanha em TV e mídia externaneofeed.com.br. Eduardo Tracanella, diretor de marketing, explicou que o rebranding não está diretamente ligado aos 100 anos, mas sim à profunda transformação cultural e tecnológica do banco, acelerada após Maluhy assumir o cargo em 2021neofeed.com.br. A equipe optou por uma mudança significativa, mas sem romper com a marca centenária; o novo logotipo apresenta cantos mais arredondados e a cor laranja ganha destaqueneofeed.com.br.
Insight: Aproveitar marcos históricos pode ser oportuno, mas o motivo principal deve ser a transformação interna. Mantenha um equilíbrio entre homenagem ao legado e sinalização de futuro.

Tendências observadas

  1. Simplificação e modularidade. A maioria das marcas reduziu cores e elementos (Pepsi, Slack, Mastercard) para facilitar a aplicação em plataformas digitais e tamanhos menorestechcrunch.com. Simplicidade melhora legibilidade e escalabilidade.
  2. Propósito e comunidade. Airbnb e Nubank destacaram mensagens de pertencimento e conexão humanathebrandingjournal.comtecmundo.com.br. Marcas que incorporam valores claros em seu rebranding criam identificação emocional com o público.
  3. Digitalização e omnicanalidade. Casas Bahia e Itaú modernizaram suas identidades para refletir jornadas digitais, integrando serviços de atendimento via aplicativo e redes sociaisexame.comneofeed.com.br. O rebranding é um catalisador para repensar processos e plataformas.

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Como aplicar as lições no seu rebranding

Monitore e adapte. Use dados de engajamento e feedback para ajustar a identidade pós-lançamento. Rebranding é um processo contínuo.

Comece pelo diagnóstico. Avalie se o problema é imagem, posicionamento ou experiência. Não mude apenas por tendência.

Defina propósito e valores. Marcas como Airbnb e Nubank usaram o rebranding para reforçar missão e visão. Articule o “porquê” antes de desenhar o “como”.

Pense digital. Logos simplificados e cores adaptadas a telas tornam a marca consistente em apps e redes sociais. Teste aplicações em diferentes tamanhos antes de aprovar.

Planeje o rollout. Mudanças de nome (Dunkin) e de logotipo (Itaú) exigem cronogramas e orçamento para substituição de materiais. Comunique claramente cada etapa para evitar confusão.

Mantenha o legado. Reinterprete elementos icônicos em vez de descartá‑los completamente, como Burberry poderia ter feito com seu cavaleirobrandingmag.com.

FAQ

Rebranding sempre envolve mudar o logo?

Nem sempre. Rebranding pode incluir mudanças de nome, posicionamento, comunicação e experiência. Muitas marcas mantêm o logotipo, ajustando apenas cores ou tipografia para refletir novas estratégias.

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Foto de Above Branding
Above Branding

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